terça-feira, 30 de agosto de 2011
Por Paula Taitelbaum (do livro MUNDO DA LUA)
Talvez eu não seja nada além do que intocável fumaça no ar. Efêmera como a flor que murcha no altar. Talvez eu exista somente pelo tempo de uma oração. Alimentando-me de olhares famintos por atenção. Talvez, ao contrário, eu seja o perfume que fica quando o corpo se vai. O líquido preso ao copo que cai. Talvez, ainda, o vermelho da paixão. Que desbota com o tempo manchando a relação. Talvez eu me resuma ao ritmo, ao rito ou à própria oferenda. Da saia, somente a renda. Talvez, talvez, talvez. Talvez seja de tanta dúvida a própria insensatez.
Imagem: Google
Por Adélia Prado (do livro VIDA DOIDA)
Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão, ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado".
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor
Essa palavra de luxo.
Imagem: Google
domingo, 28 de agosto de 2011
À Maria Clara
Ah ... minha carinha linda
Olhos de bolita
Lábios contornados com graça
Pele de seda
Cabelos negros como a noite
Coroarás minha vida
Com alegrias
Minha querida!
Teus passos já são os meus
Meus sonhos já te contemplam
Meu mundo mudou novamente
Estou toda contente
Com tua chegada tão esperada
Para eu trilhar outras estradas
Contarás comigo para sempre
Estarei sempre presente
No teu coraçãozinho infantil
Batendo forte todos os dias
Numa história que não terá fim
Já te sinto companheira
Em momentos de alegria
E em situações derradeiras
RR - 28/08/2011
domingo, 14 de agosto de 2011
O ar e seus mistérios
Alguma coisa no ar me intriga
Tu tão distante e, ao mesmo tempo, tão próximo
Certa dependência
Tiro certeiro na carência
Admiro teus atos
A forma como me tratas
Ensinamentos que me passas
Jeito terno que me arrebatas
Te olho, sem ti ver, e me acolho nos teus ombros
Leio e invento contigo as mais loucas histórias
Aprendo a libertar-me dos meus monstros
Passo a ser mulher dependente do teu rastro
RR - 11/08/2011
Imagem: Google
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Crueldade
Não faças da crueldade a tua arma
Ela é implacável
Deságua água podre
Escorre sangue morto
Destrói alma abrandada
Deixa colcha amarrotada
Travesseiros sob o chão
Mata coração
RR - 01/08/2011
Imagem: Google
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