segunda-feira, 30 de maio de 2011

Poeta & Leitor


A caneta serpenteia na folha de papel
A ideia pulsa na veia do poeta
Mescla amor, fogo e ferro
Oferece com se fosse flor
ao leitor
que suga o texto como a abelha o mel
Humano e fera
se apodera
olhar
memória afetiva
releitura
Recria sua própria história.

Por: Roberto Passos do Amaral Pereira - 29/05/2011
Imagem: Google

domingo, 29 de maio de 2011

O Efêmero


Já não leem o que escrevo
no agora, julgam-me apenas
pela inconstância do relevo.
Morrem a metáfora e o olfato
nos olhares que agonizam
sobre a semântica do ato...
Efêmero, alguém no outro lado
teme pela vida que logo
cairá no mundo da língua vazia.
Aqui: o amor erógeno. E lá
entre carros e sombras
está o caos sem fantasia;
vultos, inexistentes em si
entreolhando-se estaremos nós
às ruas, apressados
pela interminável respiração que se alonga já sem fôlego
[aos olhos que morrem ao ver o mundo sem poesia.


Delalves Costa
Professor e escritor

DEVORE CULTURA - acesse: www.aeln.gov

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Mulher & Criança


No barco sou mulher
Calculo a quantos pé estou
Para que lado dança o vento
Qual a temperatura da água no momento

Quando caio n´água
Sou criança
Nado, grito
Aceno para o barco
Falo: “Vá embora! Ficarei aqui comigo!”

RR - 26/05/2011
Imagem: Google

domingo, 22 de maio de 2011

III Encontro Anual dos Netos da Vó Rosalina


Que os anjos nos reservem
momentos puros
largas risadas
lembranças engraçadas
e uma vida abençoada
para continuarmos reverenciando a vó
que foi a nossa delicada matriarca.

RR - 22/05/2011
Imagem: RR

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Sobre a compaixão ...


"Meu coração fica junto ao coração dela ..."
“A boca fala do que está cheio o coração”: esse é um ditado da sabedoria judaica, que se encontra nas Escrituras Sagradas. Bem que poderia ser a explicação sumária daquilo que a psicanálise tenta fazer: ouvir o que a boca fala para se chegar ao que o coração sente. Acontece comigo. Cada texto é uma revelação do coração de quem escreve.
Pois o meu coração ficou cheio com uma coisa que me disse minha neta Camila, de onze anos. O que ela falou fez meu coração doer. Como resultado fico pensando e falando sempre a mesma coisa.
A Camila estava na sala da televisão sozinha, chorando. Fui conversar com ela para saber o que estava acontecendo. E foi isso que ela me disse: “Vovô, quando eu vejo uma pessoa sofrendo eu sofro também. O meu coração fica junto ao coração dela...”
Percebi que o coração da Camila conhecia aquilo que se chama “compaixão”. Compaixão, no seu sentido etimológico, quer dizer “sofrer com”. Não estou sofrendo. Mas vejo uma pessoa sofrer. Aí eu sofro com ela. Ponho o outro dentro de mim. Esse é o sentido do amor: ter o outro dentro da gente. (...)
Fernando Pessoa escreveu um curto poema em que descreve a sua compaixão. Por favor, leia devagar: “Aquele arbusto fenece, e vai com ele parte da minha vida. Em tudo quanto olhei fiquei em parte. Com tudo quanto vi, se passa, passo. Nem distingue a memória do que vi do que fui”. (...)
De que vale o conhecimento sem compaixão? Todas as atrocidades que caracterizam os nossos tempos foram feitas com a cumplicidade do conhecimento científico. Parece que a inteligência dos maus é mais poderosa que a inteligência dos bons. (...)
Mas continuo perdido. Preciso que vocês me ajudem. Como se pode ensinar a compaixão?

Por Rubem Alves

domingo, 15 de maio de 2011

Um gato

Embora eu não tenha afinidade com gatos (gosto mais de cachorros), não me contive quando avistei esse gatinho (com manchas pretas totalmente diferenciadas), sentado em cima de um jornal, na mesa principal da entrada, no Centro Cultural Érico Veríssimmo. Posou prá mim como um "príncipe" e "não deixou a peteca cair" com os olhares curiosos. Arte dentro de um Centro de Arte! Nada melhor!

RR - 15/05/2011
Imagem: RR

quarta-feira, 11 de maio de 2011

A jóia


Um copo d’água é ouro. Pelo varal
das poucas torneiras
jorra o orvalho,
quase extinto...
Água gelada já não há,
senão o suor
pelo rosto,
quase extinto...
O orvalho não é mais verde!
É lágrima que veste poço sem fundo.

Por Delalves Costa - AELN
Imagem: Google

terça-feira, 10 de maio de 2011

Noite

Não sei o que se passa comigo
Quero viver meus dias
À noite
Silêncio
Quando asperezas da vida repousam
Incertezas dormem tranqüilas
Amor assume meu leito
Deleito
Com sons do nada


RR - 10/05/2011
Imagem: Google

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Por Jorge Luis Borges ...


"Por vezes à noite há um rosto
Que nos olha do fundo de um espelho
E a arte deve ser como esse espelho
Que nos mostra o próprio rosto."

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Sou assim ...


Delimito espaço
Agora imenso
Propenso
Tudo quero
No verão
Ou inverno

Ar
Vento
Brisa
Campo
Recanto
De alegria ou
Lamento

Janelas e portas abertas
A lua esperando
Pedidos
Singelos
Sinceros
Feito criança
Que dança
Ao som do nada
Abasteço
De um todo

(14/04/2011)
Por: RR
Imagem: Google
Poesia escrita para o site www.aeln.org